por PR. JIM WITTEVEEN
A luxúria não é uma novidade. Desde a Queda, o pecado sexual têm sido uma presença e um problema constante para a raça humana. Embora possamos pensar que a nossa geração tenha maiores problemas nesta área do que as gerações anteriores, os fatos da história, incluindo a história da redenção registrada nas Escrituras, nos mostram que o pecado sexual, a prostituição e o adultério em geral têm sido um perigo perene para o povo de Deus.
O que difere no século XXI é a forma que esse pecado toma e a maneira como o ser humano pode cometer adultério. Hoje em dia, os avanços tecnológicos facilitam acesso às imagens sexualmente explícitas, que são disponíveis em um clique do mouse. Sem ter que sair de casa, uma pessoa pode mergulhar em qualquer forma de perversão que o seu coração deseja. Na época do Antigo Testamento, as prostitutas religiosas das nações eram um perigo constante para o povo de Deus (Dt 23.17). Na época em que o Novo Testamento foi escrito, a prostituição, de uma forma diferente, proporcionou uma tentação poderosa para a comunidade dos crentes (1 Co 6.15-16).
A prostituição no século XXI é diferente porque pode ser “virtual”. Pode não envolver contato físico. Pode ser acessada na privacidade da própria casa. Mas, apesar da forma ser diferente, o pecado é o mesmo. Talvez não tenhamos que lidar com a tentação de prostitutas religiosas trabalhando publicamente no centro da cidade ou a ligação entre as prostitutas e os deuses falsos das nações. A prostituição moderna pode ser completamente “não religiosa” (embora saibamos que todas as atividades, até as assim chamadas atividades “seculares”, são de fato religiosas), mas continua sendo uma poderosa armadilha utilizada pelo inimigo para atrair o povo de Deus. E a forma mais recente de prostituição, a pornografia na internet, está causando uma devastação entre o povo de Deus também.
O que as estatísticas 1 nos dizem sobre o consumo de pornografia em todo o mundo?
A cada segundo, 28.258 usuários estão assistindo pornografia na internet;
A cada segundo, US$ 3.075,64 são gastos em pornografia na internet;
35% de todos os downloads da internet estão relacionadas à pornografia;
25% de todas as pesquisas na internet estão relacionadas à pornografia – cerca de 68 milhões de pesquisas por dia;
A cada 39 minutos, um novo vídeo pornográfico está sendo criado nos Estados Unidos;
Um terço dos espectadores da pornografia são mulheres;
E, finalmente, para que não pensemos que este seja um problema limitado a outros países, o Brasil tem a décima maior taxa de consumo de pornografia no mundo.
O uso de pornografia é uma epidemia, e até mesmo os pesquisadores e psicólogos seculares estão começando a argumentar que a epidemia de pornografia tem um impacto prejudicial na sociedade como um todo.
A cada segundo, US$ 3.075,64 são gastos em pornografia na internet;
35% de todos os downloads da internet estão relacionadas à pornografia;
25% de todas as pesquisas na internet estão relacionadas à pornografia – cerca de 68 milhões de pesquisas por dia;
A cada 39 minutos, um novo vídeo pornográfico está sendo criado nos Estados Unidos;
Um terço dos espectadores da pornografia são mulheres;
E, finalmente, para que não pensemos que este seja um problema limitado a outros países, o Brasil tem a décima maior taxa de consumo de pornografia no mundo.
O uso de pornografia é uma epidemia, e até mesmo os pesquisadores e psicólogos seculares estão começando a argumentar que a epidemia de pornografia tem um impacto prejudicial na sociedade como um todo.
E os cristãos não estão imunes a esse problema. Se você tem alguma experiência pastoral, especialmente com homens jovens, é certo que você já teve que lidar com essa questão e seu impacto negativo nas vidas de alguns membros da sua congregação. Sim, há boas notícias no tocante a estatísticas sobre cristãos professantes e o uso de pornografia. De acordo com o Grupo de Pesquisa Barna nos Estados Unidos2 “os cristãos praticantes são mais de três vezes menos propensos a usar pornografia do que outros adolescentes e adultos”.
Podemos dar graças a Deus que essa distinção existe e que o problema não é tão grave na Igreja como no mundo. Mas mesmo essa “boa notícia” significa algo horrível: 13% dos cristãos declarados usam pornografia. Isto significa, pastor, que mais de um membro a cada dez em sua congregação, estatisticamente falando, estão lutando contra o pecado da pornografia – ou, de fato, desistiu dessa luta e cedeu completamente à tentação da luxúria.
Esta é a realidade. Agora, o que podemos fazer?
A primeira coisa que nós, oficiais na Igreja de Cristo, precisamos fazer é reconhecer a existência do problema. O problema existe, mesmo em igrejas reformadas e em igrejas “conservadoras”. Não podemos e não devemos viver em negação. Não podemos dizer, “isso não acontece aqui”, porque na verdade acontece! Pode estar oculto. Ao contrário do mundo, que se revela na pornografia e nega a sua imoralidade e os danos causados por ela, o uso da pornografia entre os cristãos ainda é algo escondido, vergonhoso e uma atividade em que poucos falarão abertamente. Mas, o primeiro passo para lidar com o problema é reconhecer a sua existência, e depois levá-lo para a luz.
Devemos brilhar a luz do Evangelho na escuridão da pornografia. Não devemos evitar o assunto porque nos deixa desconfortáveis ou porque incomoda aos nossos ouvintes. Devemos tratá-lo em nossas pregações, nas visitas e no aconselhamento pastoral pessoal. O pecado cresce na escuridão. E para expô-lo à luz devemos estar preparados para:
1. Chamar este pecado por seu nome;
2. Falar sobre a seriedade desse pecado (como o apóstolo Paulo fez na sua primeira carta aos Coríntios);
3. Avisar aos membros da igreja sobre as consequências sérias, temporais e eternas desse pecado;
4. Incentivar os membros da igreja a arrependerem-se, afastarem-se desse pecado e voltar-se para Cristo, que deu Sua vida para pagar o preço por esse pecado, e que dá o Seu Espírito Santo para ajudar o Seu povo na batalha contra ele.
2. Falar sobre a seriedade desse pecado (como o apóstolo Paulo fez na sua primeira carta aos Coríntios);
3. Avisar aos membros da igreja sobre as consequências sérias, temporais e eternas desse pecado;
4. Incentivar os membros da igreja a arrependerem-se, afastarem-se desse pecado e voltar-se para Cristo, que deu Sua vida para pagar o preço por esse pecado, e que dá o Seu Espírito Santo para ajudar o Seu povo na batalha contra ele.
Então, onde podemos iniciar? Começamos abordando este assunto em nossos sermões, pessoal e diretamente. Será incômodo? Claro que sim, especialmente em congregações menores. Mas é necessário? É necessário, sim – sem dúvida.
Nós pregadores sabemos os assuntos que são fáceis de pregar a respeito. É fácil pregar contra os males de mariolatria, por exemplo, quando sabemos muito bem que ninguém em nossa congregação é tentado a pensar em Maria como corredentora e mediadora de todas as graças. É fácil pregar contra o papado, quando os membros da nossa congregação já ativamente rejeitaram o papado e todas as outras práticas da Igreja Católica Romana. É fácil pregar contra os excessos do movimento carismático, quando os nossos membros já deixaram este movimento para trás. É muito mais difícil abordar um problema que existe dentro da congregação, um problema que talvez o pastor, outros oficiais e um número de membros têm enfrentado, ou estão enfrentando atualmente.
Mas como abordamos este assunto?
1. Avisos. Passagens como a de 1 Coríntios 6.9-10 fornecem a base dos avisos muito sérios que nós devemos às nossas congregações: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus”.
2. Exortações Positivas. Efésios 5 nos dá um programa de ação positivo para homens no contexto dos seus relacionamentos com suas esposas. Quando se trata da sexualidade, não devemos limitar a nossa exortação às proibições, como se fosse as coisas que não fazemos que nos define como cristãos. O casamento é uma bênção dada por Deus com um propósito muito importante, e devemos pregar o lado positivo tão forte como o lado negativo: “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.” (Ef 5.28-31). O rei Salomão também nos fala de um plano positivo para a vida “debaixo do sol” em passagens como a de Eclesiastes 9.9: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol; porque esta é a tua porção nesta vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do sol”. A pornografia é um substituto vulgar para a coisa real. Pregue as bênçãos do artigo genuíno, e os prazeres aparentes do substituto vão desvanecer.
3. A Proclamação do Evangelho. O legalismo cria uma lista de comportamentos proibidos, e define a vida cristã em termos de obediência. O antinomianismo proclama a liberdade das exigências da lei. Mas a proclamação do Evangelho prega Cristo. Os imperativos do Evangelho (os mandamentos e as exigências éticas) sempre se baseiam nos indicativos do Evangelho (a mensagem que proclama quem nós somos e o que nos tornamos em Cristo). Em Romanos 6, o apóstolo Paulo mostra o exemplo perfeito de como podemos e devemos encorajar a vida de santidade entre o povo de Deus: a nossa obediência é fundada em nossa união com Cristo. “Assim também considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6.11-14).
4. Ênfase na Gratidão. Quando falamos sobre a obediência, seria bom que nos lembrássemos da estrutura do nosso Catecismo de Heidelberg. A explicação da Lei de Deus no Catecismo é encontrada na terceira parte, que lida com a nossa gratidão. Precisamos enfatizar “a pecaminosidade do pecado” (como são grandes os nossos pecados e miséria), e de que modo somos libertos de todos os nossos pecados e miséria. Com esta base, podemos encorajar a nossa congregação a considerarem o quanto eles já receberam em Cristo e de que modo eles devem mostrar esta gratidão a Deus pela libertação que eles receberam.
Pregue o Evangelho fielmente e com oração, e descanse na certeza de que o Espírito Santo operará nos corações e nas mentes do povo de Deus, revelando o seu pecado, levando-os ao arrependimento e habilitando-os a viver uma nova vida para a glória de Deus.
Mas ao mesmo tempo, precisamos nos lembrar de que, para aqueles que são presos ao vício de pornografia, não existem soluções fáceis. Você precisará lidar com jovens (e outros também, mas a maioria daqueles que caiem neste pecado são jovens homens, pois são especialmente mais suscetíveis a este pecado) que ouvem esta pregação, que acreditam que a mensagem é a verdade, que querem desesperadamente escapar o ciclo infernal do vício da pornografia, mas que se sentem como se não houvesse uma saída desta armadilha.
Devemos estar prontos a acompanhar estes jovens ao longo do processo de santificação e crescimento, e podemos esperar dificuldades e lutas nesta jornada. O ciclo de vício é difícil de quebrar e a mudança não vai acontecer da noite para o dia. Precisamos fazer este trabalho de discipulado com firmeza, mas também com amor e paciência. Talvez, haja um homem na sua congregação que tem experiência com esta luta, que pode servir como mentor, e para ajudar na prestação das contas. Há ferramentas tecnológicas disponíveis para ajudar homens evitar os sites que levam eles a pecar. Há técnicas e planos práticos que podemos encorajar que ajudarão o membro fugir do pecado – só usar o computador na presença de outras pessoas, por exemplo.
Precisamos lembrar de que é uma batalha, e estamos lutando juntos, como membros do mesmo exército. Nossa tarefa como pastores não é bater nas ovelhas até elas que elas obedeçam, mas encorajá-las, admoestá-las e acompanhá-las ao longo do processo. Todo esse trabalho pastoral exige que nós nos lembremos que todos estamos no mesmo barco. Somos companheiros nesta peregrinação, e o nosso alvo é levar os outros conosco para que eles possam cruzar a linha de chegada junto conosco.
E enquanto estamos envolvidos nesta batalha, não devemos nos esquecer das palavras do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 10.12: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”. Nesta guerra espiritual, o inimigo quer nada menos do que a queda dos líderes da igreja. Não estamos lidando com assuntos físicos e psicológicos; “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12). Precisamos estar de guarda, alertas e acordados, pois somos alvos principais das flechas do maligno.
Neste campo de batalha, e em todos os outros, devemos nos lembrar da exortação do apóstolo em Efésios 6.13: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis”.
Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto, nesta luta contra o veneno perigoso da pornografia.
Notas:
TEOLOGIA | PRESBITERATO | MEMBRESIA
Disponível em: https://revistadiakonia.org/como-ajudar-membros-da-igreja-…/
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