sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

RISCA-ME, PEÇO-TE, DO TEU LIVRO


         Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Êxodo 32:32

         Em um debate sobre perseveração dos santos, houve uma citação que me intrigou e levou-me a questionar sobre o versículo supracitado, indagando-me na hipótese de  perca da salvação. Moisés cita duas palavras pertinentes “riscar” e “teu livro”.
         
         É sabido que a escritura assevera de maneira enfática a perseveração dos santos, há inúmeras passagens que corroboram com esse ponto na soteriologia reformada, a segurança da salvação está intrinsecamente ligada à Ordo Salutis, ou seja, a ordem dos eventos que diz respeito a salvação, tal doutrina foi veementemente defendida pelos reformadores no Sínodo de Dort.

        Sinodo de Dort Capitulo V -  Artigo 8 — A graça do triuno Deus preserva  - Assim, não é pelos seus próprios méritos ou força, mas pela imerecida misericórdia de Deus, que eles não se desviam totalmente da fé e da graça nem permanecem caídos para se perderem totalmente no final. Quanto a eles, isto facilmente poderia acontecer e aconteceria sem dúvida. Mas quanto a Deus, não há a menor possibilidade de que isso aconteça, pois o Seu conselho não pode ser mudado; a Sua promessa não pode falhar; o chamado segundo o Seu propósito não pode ser revogado; o mérito, a intercessão e a proteção de Cristo não podem ser anuladas; e o selar do Espírito Santo não pode ser frustrado nem  destruído. Sl 33.11; Hb 6.17; Rm 8.30, 34; 9.11; Lc 22.32; Ef 1.13. Refutando assim doutrinas contrárias e obscuras que trazem duvidas aos neófitos e apreensão aos fracos na fé.

         Sínodo de Dort Capitulo V - Erro 1 — A perseverança dos verdadeiros crentes não é fruto da eleição nem um dom de Deus obtido pela morte de Cristo, mas é uma condição da nova aliança que o homem tem a obrigação de cumprir pelo seu livre-arbítrio antes da sua assim chamada eleição e justificação decisivas.
 Refutação — A Sagrada Escritura testifica que a perseverança segue-se à eleição e é concedida ao eleito pela virtude da morte, ressurreição e intercessão de Cristo: “mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos” (Rm 11.7). E também: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8.32-35). Com essa certeza que as sagradas escrituras demostra a todos os eleitos e como o Apostolo Paulo consola aos Filipenses dizendo: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará ate o dia de Jesus Cristo.”( Fp1.6) chegamos a conclusão que Moisés só poderia estar falando de outro “livro”, não o livro da vida aos qual os eleitos tem o nome escrito desde a fundação do mundo. Ap. 17:8; 13:8.

     Mas afinal, que livro é esse?

        O salmista nos dá uma resposta, vejamos: Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos. Sl 69:28; Veja, o Salmista se refere ao LIVRO DOS VIVOS.
Clemente Romano escrevendo aos Coríntios, diz o seguinte sobre o texto de Ex 32.32 - Quando Moisés subiu a montanha e passou quarenta dias e quarenta noites no jejum e na humildade, Deus lhe disse: “Desce depressa, pois o teu povo, aquele que fizeste sair do Egito, violou a lei. Eles depressa se afastaram do caminho que tu lhes tinhas ordenado, e fizeram para si ídolos de metal derretido”. E o Senhor lhe disse: “Eu te falei uma vez e até duas, dizendo: Vi este povo, e eis que é povo de cabeça dura. Deixa-me exterminá-los. Apagarei o nome deles debaixo do céu, e farei de ti uma nação, grande e admirável muito mais numerosa do que essa.” E Moisés respondeu: “De modo nenhum, Senhor. Perdoa o pecado desse povo ou cancela-me, também a mim, do livro dos vivos. [ Patrísticas – Padres Apostólicos, Vol I, Paulus, pág. 30] – a clareza do texto aqui reafirma a exegese que aponta para uma conclusão – TRATA-SE DO LIVRO DOS QUE ESTÃO VIVOS.

        Assim concluímos que este versículo não trata de perca de salvação ou da doutrina instável de salvação por meritocracia (hora salvo, hora condenado) ou ainda de riscar o nome do livro da vida, trazendo uma perspectiva sombria aos corações, pois sabemos que somos incapazes de produzir boas obras para sermos salvos e que a nossa certeza encontra-se na graça salvadora e eficaz realizada por Cristo no calvário, o versículo subsequente assevera esta conclusão, Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro. Êxodo 32:33, ou seja - a morte física - não a rejeição e condenação espiritual a qual se dá a todos os preteridos, onde poderemos discorrer em outro artigo.

       Que o Eterno abençoe e ilumine a todos, e que a certeza da vida eterna possa repousar no coração de todos aqueles que foram chamados graciosamente por Cristo!


TEOLOGIA | SOTERIOLOGIA | VIDA CRISTÃ

Por Paulo César da Silva

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

OS CONFLITOS SOCIAIS GERADOS NO CICLO DO OURO


       O declínio da indústria açucareira no Brasil, no final do século XVII forçou a população buscar formas de enriquecimento, os Bandeirantes, incentivados pela coroa portuguesa, explorando o interior, em busca de índios para escravizar, encontram as minas, que modifica o cenário politico, econômico e social. Com a descoberta das minas de ouro nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso as regiões auríferas passam a receber um grande número de migrantes, na busca por metais preciosos fixam-se nessas regiões.  
           
    As pesadas taxas tributárias, impostas pela coroa sobre a exploração do ouro, primeiramente com o quinto, depois com a taxa fixa de 100 arrobas anuais (equivalente a 1.500kg de ouro), e por último a derrama, que forçava a desapropriação dos bens, para completar a exigência da coroa e o controle incisivo das casas de fundição, levam a região a tornar-se um reduto de revoltas sociais, entre as mais conhecidas destacamos; a Revolta de Vila Rica e a Inconfidência Mineira. Marcos Costa diz o seguinte: É nesse contexto de exploração intensiva que, tomado pelo espirito da Revolução Francesa (1789), um grupo de Brasileiros se revolta contra o despotismo. A reação de Portugal foi de extrema violência, e Tiradentes foi enforcado e esquartejado... (COSTA, MARCOS. 2016). 

        Neste cenário, as agitações sociais eram constantes, pois o descontentamento com as tributações o controle da região pela coroa através dos Provedores-Mores e a ampla densidade demográfica, traziam tensões e revoltas entre os habitantes. Percebemos assim que, a corrida pelo ouro, culminou num aglutinamento de pessoas. A busca pelo metal mais cobiçado no período das expansões marítimas, que impulsionou a colonização espanhola da América pré-colombiana no século XVI, e posteriormente, depois de três séculos, traz novas possibilidades para a coroa portuguesa, explorando o minério na colônia para servir os interesses da metrópole. Entretanto, o controle e a exploração da coroa sobre a mineração dos metais, incitaram revoltas e instabilidades sociais na já combalida colônia. 

HISTÓRIA | HISTÓRIA DO BRASIL

CÉSAR DA SILVA, PAULO, Acadêmico de História pela UNISA Universidade Santo Amaro, Polo IDETE, Tauá-Ce. 


Referências Bibliográficas: COSTA, MARCOS, “A História do Brasil pra quem tem pressa” - 1. ed. – Rio de    Janeiro: Valentina, 201



DEVEMOS SER CUIDADOSOS AO OUVIR A PALAVRA DE DEUS



         Disse, porém Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?
      Então disse o rei de Israel a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas só o mau; este é Micaías, filho de Inlá. E disse Jeosafá: Não fale o rei assim. (1Rs 22:7,8)

         O rei questionado aqui é Acabe, sim aquele rei de Israel, ímpio e que era manipulado por sua mulher Jezabel. Numa visita de Jeosafá rei de Judá, Acabe decidiu reaver as terras de Ramote Gileade que estava sob ocupação Síria, convidando o rei de Judá que lhe cooperasse nessa peleja. Então  reunindo “seus” profetas para saber a resposta do Senhor sobre tal assunto, todos claro falaram de forma favorável ao rei ímpio. Entretanto Jeosafá que era um rei temente a Deus percebeu que todos aqueles profetas não falavam da parte de Deus ( mesmo que alguns juravam que sim), questionou o rei de Israel se não havia ali, algum Profeta de Deus.

O homem ímpio não se submete a palavra de Deus.

       As pessoas costumam amar a verdade quando as ilumina, porém tendem a odiá-la quando as confronta. (Santo Agostinho 354-430 d.C) A natureza pecadora tende a levar o homem a não se submeter as escrituras, a verdade do evangelho frequentemente confronta suas vontades, pois em suma, não está submissa a vontade de Deus, Paulo assevera que o homem natural não pode compreender as coisas de Deus - 1 Co 2.14, o pecado aparta o homem de Deus Is 59.2. Devemos considerar que Deus endurece o coração de quem quer para que seus decretos sejam realizados 2 Cr 18.22, pois Deus assim o faz segundo seus propósitos sobre as criaturas, movendo-as em sua própria impiedade, ou seja, o homem é responsável por suas próprias ações que são movidas por sua própria natureza pecaminosa, entretanto Deus está agindo e controlando esses atos que satisfaz sua justiça – Rm 9: 15-18. Todos quantos não se sujeitam a vontade de Deus são merecedores de tais atos de justiça, isso é um atributo imutável Rm 9:19-21.

O homem regenerado busca ouvir a voz de Deus.

          Disse, porém Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor?
Ouvir a resposta do Eterno é a atitude correta e o desejo de todo cristão, saber o que Deus tem a nos ensinar é uma virtude de uma pessoa regenerada por Cristo, ela deseja Deus, ela deseja ouvir a voz de Deus, o salmista diz: Oh! Quanto amo sua lei! É a minha meditação todo dia. Sl 119.97 – As escrituras é suficientemente capaz em nos conduzir em toda verdade, o Espirito Santo nos traz esperança e consolo através de cada palavra contida nas escrituras, ela é a verdade de Deus revelada, ela contém toda a verdade para que o homem seja salvo!
       Entretanto Jeosafá cometeu um erro grave, aliou-se a um ímpio, as escrituras assevera que não podemos nos submeter a um jugo desigual com o infiel 2 Co 6.14. Isso pode nos trazer sérios prejuízos, Jeosafá acabou passando alguns apuros e quase morrendo na batalha por se aliar a um infiel.  Sendo no final, severamente repreendido pelo Senhor por tal atitude.

Conclusão.

       Devemos ter o cuidado em manter nossa relação com Deus em santidade, apartando de tudo aquilo que possa desagradar ao Eterno, como a escritura diz: E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Tg 1.22 Que o Eterno possa nos conduzir em santidade e que possamos a cada dia nos submeter a sua vontade, pois isso é agradável e para isso fomos chamados, para sermos a imagem de seu Filho Jesus Cristo, no qual obtivemos a redenção.

         Louvado seja Deus por seus decretos, por sua palavra e por sua gloriosa graça!


TEOLOGIA | MEMBRESIA

Por Paulo César da Silva

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

DANÇANDO DE ALEGRIA

por DR. CORNELIS VAN DAM


Onde as Escrituras mencionam essa atividade e o que ela pressupõe? Quais foram as ocasiões? A Bíblia não faz menção à dança romântica, masculina e feminina, que é bem conhecida em nosso mundo ocidental contemporâneo. A dança no Antigo Testamento era uma expressão de grande alegria. Era o inverso do luto e da lamentação (Sl 30.11; Ec 3.4; Lm 5.15). A dança, entretanto, estava associada a eventos especialmente felizes. Portanto, este artigo se concentrará nesse tipo de dança, e na maior parte, ignorará a dança influenciada ou associada a ritos e práticas pagãs (p. ex. Jz 21.19-23; 1 Rs 18.26; Mt 14.6).
Dança e louvor
Que evento poderia proporcionar mais alegria do que experimentar de Deus a libertação do mal? Não é de admirar que a dança esteja associada aos grandes feitos de libertação do Senhor. Aqui estão alguns exemplos, depois da vitória de Deus sobre os egípcios a quem ele afogou-os no mar:
“A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro”—Êx 15.20-21.
Quando o exército de Jefté retornou vitorioso da batalha contra os amonitas, sua filha se alegrou e saiu ao seu encontro “dançando ao som de tamborins” (Jz 11.34). Depois do triunfo de Davi sobre os filisteus, as mulheres saíram “cantando e dançando alegremente com tamborins e alaúdes. Enquanto dançavam, cantavam” (1 Sm 18.6-7). Quando Davi trouxe a arca do Senhor para Jerusalém, ele dançou “com toda a sua força… saltando e dançando diante do Senhor” em celebração ao favor do Senhor por ele (2 Sm 6.14-21). É claro que estas danças não foram para diversão social, mas sim para louvar a Deus por seus atos maravilhosos. Os salmos, portanto, exortam: “Regozije-se Israel no seu Criador, exultem no seu Rei os filhos de Sião. Louvem-lhe o nome com flauta; cantem-lhe salmos com adufe e harpa” — Sl 149.2-3 e também Sl 150.4.
O fato de que a dança e o louvor a Deus estavam relacionados aos tempos do Antigo Testamento não impediam um abuso da dança e da conduta pecaminosa. O principal exemplo é a dança que acompanhou a adoração do bezerro de ouro ao pé do Monte Sinai. Sob o pretexto de ser uma festa para o Senhor, eles dançaram e “Arão os deixara à solta” (Êx 32.25). Eles se entregaram àdiversão (Êx 32.6) que Moisés subsequentemente condenou muito severamente. Ele ordenou aos levitas que matassem os transgressores. Três mil homens morreram (Êx 32.25-28). O pecado foi tão grave que o Senhor atingiu o povo com uma praga e recusou-se a acompanhá-los posteriormente (Êx 32.35; 33.3).
Existe uma dança litúrgica hoje?
Tendo em vista que o Antigo Testamento fala de dança no contexto de louvor a Deus, algumas igrejas, incluindo as reformadas, incluem uma dança litúrgica em sua liturgia. Devemos fazer isso também? Quando você pensa sobre isso, é realmente uma questão de lógica observar as ocorrências mencionadas acima, como sugestão que esses fatos legitimam incluir uma dança litúrgica em nossos cultos regulares de adoração.
Primeiro, não há evidência de que a adoração regular do Antigo Testamento, conforme ordenada pelo Senhor Deus, incluísse a dança. Além disso, não há menção de dança no contexto da adoração no Novo Testamento. A reação da dança como um sinal espontâneo de gratidão a Deus foi aparentemente difundida nos tempos do Antigo Testamento. Podemos não ser tão exuberantemente inclinados quanto o povo do (antigo) Oriente Médio, mas quem às vezes não deseja pular de alegria porque está tão feliz e animado pelas bênçãos recebidas de Deus? Louvai-o com danças (Sl 145.3)! Tais demonstrações espontâneas de alegria ainda podem ser exibidas (cf. At 3.8). Contudo, incorporá-los à adoração formal é um assunto completamente diferente.
Segundo, se o que eu vi no YouTube (e eu assisti a vários clipes) é um indicativo, o tipo de danças litúrgicas apresentada atualmente nos cultos estão muito longe daquilo que lemos sobre a dança em louvor a Deus no Antigo Testamento. Hoje, as danças cuidadosamente coreografadas, ocupam o centro do palco e essa performance junto com os talentosos e belos dançarinos ou atores, rapidamente, tornam-se um foco importante e potencialmente sensual para o culto. O resultado é que a proclamação da Palavra não é mais central. Ao contrário da adoração do Antigo Testamento, que tinha muitos elementos externos e físicos no elaborado serviço do templo, nossa adoração é para ser em espírito e em verdade (Jo 4.23-24). Acontece na congregação, o lugar da habitação de Deus (2 Co 6.16) e é focada na Palavra. Uma dança litúrgica, juntamente com todos os ornamentos que a acompanham, é uma intrusão dura e estranha nesse ambiente. No século XVI, as igrejas reformadas rejeitaram corretamente as dramatizações de moralidade e outras ajudas teatrais para o culto e fazemos bem em continuar a seguir o exemplo.
Conclusão
Dançar e saltar de alegria foram expressões espontâneas maravilhosas de gratidão a Deus, por seus admiráveis atos de misericórdia e amor. Esse é o tipo de dança favorável que o Antigo Testamento aborda. Fazemos bem em não esquecer aquela alegria ingênua e entusiasmo que fazem as crianças pularem e saltarem de pura alegria. Afinal de contas, não permaneceremos durante toda a vida como pequenos filhos do nosso grande e maravilhoso Pai, que nos deu riquezas e bênçãos além da nossa imaginação mais extravagante!?

TEOLOGIA | LITURGIA | PRINCÍPIO REGULADOR

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

MAS É INJUSTO DEUS SALVAR UNS E OUTROS NÃO.


             E, se a nossa injustiça for causa da justiça de Deus, que diremos? Porventura será Deus injusto, trazendo ira sobre nós? (Falo como homem.) Rm 3:5.
           Não é pouca às vezes em que nos deparamos com a seguinte afirmação: "Mas é injusto Deus salvar uns e outros não." Isto está intrinsecamente ligado ao senso de auto-justificação do homem em acreditar que existe méritos no ser humano suficiente para que o mesmo possa ser salvo. O desconhecimento da justiça de Deus e o universalismo trouxe um errôneo entendimento de justificação no ser humano (acreditamos piamente que nossas "boas obras" são suficientes para nos justificar.) Caim agiu assim - E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Gn. 4:3. 
            Deus não é injusto em condenar toda raça humana - Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Rm 3.10-18, visto que toda se encontra maculada pelo pecado, ao menos que pela eleição, chamada eficaz do evangelho, regeneração, fé, justificação, santificação e glorificação, ninguém poderá, salvar-se - E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Rm 8:30. 
            Esta é a Boas Novas, este é o evangelho, este é o mistério de Deus! e toda essa graça (Ordo Salutis) encontra-se no sacrifício vicário de Cristo -  Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores. Is. 53.12. 
             Como diz Jonas 2.9b - Do Senhor vem a salvação!

Paulo César da Silva
Soli Deo Glória nunc et semper!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

QUANDO UM PASTOR LUTA CONTRA A DEPRESSÃO...

     Depressão é um assunto controverso entre cristãos. Existe discordância quanto à natureza, às causas e aos tratamentos apropriados para esse mal. Mas, enquanto alguns debatem essas questões, outros sofrem intensamente lutando contra a depressão, inclusive pastores. De fato, esse é um assunto para o qual a igreja não pode fechar os olhos.
     A depressão é uma das dores mais difíceis de suportar, pois sua própria natureza (a perda da esperança) milita contra a expectativa de recuperação. Em sua obra sobre o assunto, Ed Welch define depressão como “um sofrimento que não pode ser reduzido a uma causa universal”.[1] Assim, muito mais do que uma frustração ou desequilíbrio químico, a depressão é a intensa dor que nem mesmo o deprimido consegue explicar. Não se pode reduzir isso ao aspecto emocional, pois as emoções do deprimido estão em pleno funcionamento, em uma dinâmica tão intensa que não podem ser explicadas. Além do mais, o problema do deprimido não é falta de sensibilidade espiritual, pois as perguntas que ele faz, em sua maioria, possuem cunho espiritual e religioso: Por que Deus permitiu isso comigo? Até quando, Senhor? Por que estou aqui? Qual é a causa desse sofrimento? Dessa maneira, muito mais do que um sermão, uma confrontação ou o uso de um versículo bíblico como “vara-de-condão”, o processo de ajuda ao deprimido exige sensibilidade, generosidade, paciência e amor.
       Todavia, o propósito dessa reflexão não contempla uma discussão geral sobre a depressão, mas a consideração do que ocorre quando um pastor luta contra esse mal. De acordo com um estudo realizado pela Duke Divinity School em 2008 (e publicado em 2013), pastores possuem 1,6 a mais de probabilidade de experimentar depressão do que a população em geral (8,7% versus 5,5%).[2] Alguns estudiosos procuram explicações para esse fenômeno no fato de que diariamente os pastores se encarregam de atividades estressantes. Entretanto, a máxima de Welch deveria ser lembrada nesses casos também: não se pode identificar uma única causa para esse mal. Há pastores sofrendo na luta contra depressão e muitos membros de suas igrejas não fazem a mínima ideia disso. Alguns somente tomam conhecimento dessa realidade após evidências dramáticas desse mal: crises familiares, debilidades físicas, resignações no ministério e até casos de suicídio.
       Como compreender o que ocorre quando um pastor luta contra depressão? O que se passa em sua mente e no íntimo de seu coração? O que poderia ser dito a ele nesses momentos? Como poderíamos começar a ajudar? De início, listo cinco observações a seguir que podem auxiliar nesse processo de compreensão e ajuda. Assim, tanto os que enfrentam a depressão quanto os que desejam ajudar pastores nessa luta poderão ter uma noção melhor do que ocorre nesses casos. Conquanto essas propostas não esgotem o assunto, elas indicam um caminho a ser trilhado nesses casos.

1. A dor do pastor é ampliada pelo mito de que pastor não fica deprimido
      Para um pastor, confessar sua depressão equivale a admitir sua desqualificação para o ministério. Isso porque muitos cristãos insistem na ideia de que depressão é um mal que atinge apenas “outras pessoas” que não o pastor. Aqueles que pregam as boas-novas de alegria e paz nunca podem se sentir tristes e abatidos nem dominados pela ansiedade característica da depressão. Além do mais, algumas pessoas pensam que os servos de Deus vivem em perfeito equilíbrio e perfeita ordem o tempo todo. Nesse sentido, como eles poderiam experimentar a “noite escura da alma”? Como poderiam ser tomados pelo desespero se pregam a esperança? Todo esse questionamento revela o mito popular de que o pastor não fica deprimido.
    Todavia, a própria história do cristianismo revela que grandes homens de Deus que serviram no pastorado lutaram intensamente contra a angústia da depressão. Nessa lista estão incluídos Bernardo de Claraval, Martinho Lutero e Charles H. Spurgeon. Esse último, em um de seus sermões confessou aos ouvintes: “sou alvo de depressões de espírito tão assustadoras que espero que nenhum de vocês jamais tenha que passar por tais extremos de desgraça”.[3] Portanto, ainda que o mito persista, não corresponde à realidade.

2. A aflição do pastor é agravada pela dor que ele causa em seus familiares e pessoas próximas
      O ministério pastoral implica cuidar de outros, mas quando o pastor não consegue cuidar nem de si mesmo, ele se sente fracassado por causar dor e tristeza naqueles que estão mais próximos, principalmente seus familiares. Na luta contra a depressão, a dor do pastor é agravada pelo fato de ele ver o sofrimento estampado nos olhos de quem ama e não conseguir fazer nada para mudar sua própria condição, causa da dor alheia. Notar a esposa triste pela casa, os filhos sem saber como se aproximarem do pai e a igreja sem compreender como cuidar do seu pastor nesses momentos é uma experiência dolorosa.
       Para o ministro do Evangelho, necessitar receber cuidado intenso por quem deveria ser cuidado por ele pode ser excruciante. Além do mais, como se encontrar desorientado quando se sente responsável por orientar outros? Ao final de tudo, o pastor nem conseguirá dizer qual é a fonte de sua maior angústia e sofrimento: se algo interno ou externo, se algo existencial ou relacional? Enfim, isso se torna motivo de maior angústia e confusão.

3. O sofrimento do pastor é intensificado pela culpa que o esmaga
      Pastores geralmente se sentem fracassados e culpados quando são tomados pela depressão. Muitos deles partilham da convicção popularizada por Martyn Lloyd-Jones de que “De certa forma, um cristão deprimido é uma contradição de termos, e é uma péssima recomendação do evangelho”.[4] Essa crença pode levar o pastor a questionar sua própria conversão e fé. Além do mais, ele se culpa por seus sentimentos e ações não corresponderem ao seu conhecimento da verdade. Em sua opinião, e certamente na opinião de muitos, ele deveria saber lidar com toda essa confusão que o assola. Mas o conhecimento teórico parece muito distante da ação efetiva nessas horas.
       Nos momentos de depressão, a mente do pastor pode ainda ser tomada por uma avalanche de lembranças de quando ele negligenciou sua família em prol do rebanho, ocasiões em que ele não teve o tempo necessário para resolver as crises ou atentar para as necessidades familiares. A dor se mistura com culpa e a culpa gera mais dor ainda! Desolado, o pastor deprimido tende a fazer penitências com o objetivo de se livrar de tamanho fardo. A complexidade, porém, está no fato de que o componente da culpa nesse caso pode ser irreal, pois Deus não culpa uma pessoa por cair em depressão ou abatimento em si. Há, certamente, casos nos quais o abatimento resulta de pecados, mas nem sempre (cf. Sl 31, 32 e 38). Embora não se possa emitir diagnóstico de depressão aos personagens bíblicos, em seu abatimento eles foram ouvidos e não condenados pelo Senhor (cf. Sl 42 e Sl 88).

4. O suplício do pastor acaba tendo que ser processado por ele mesmo
       Tomado pela vergonha e medo, o pastor em luta contra a depressão geralmente se isola e se afasta das pessoas ao redor. A resposta mais comum nesses casos é o silêncio e a reclusão. As programações da igreja se tornam cansativas e encontrar os amigos acaba sendo arriscado, pois em qualquer momento ele pode “perder o controle” e revelar o verdadeiro estado do seu coração. Até as conversas em família parecem ameaçar, pois na tentativa de auxiliar, as pessoas próximas acabam apresentando uma série de perguntas que incomodam: por que você está se sentindo assim? Por que não ora e busca a Deus para te livrar disso? Até quando você acha que isso durará? etc. Ainda que bem-intencionadas, perguntas como essas indicam que o inquiridor realmente não compreende o que está acontecendo. Pior ainda, para um abatido, interrogações diretas podem ferir como espadas pontiagudas.
       Em sua solidão, o pastor erroneamente prega para si mesmo: “médico, cura-te a ti mesmo”. Nesse ponto, a esperança de auxílio de um conselheiro, amigo e ajudador, se esvai. Ele sempre pareceu dar atenção às pessoas, mas, agora que sua alma realmente necessita de atenção, não sabe para quem correr. Nem percebe o pastor deprimido que, em sua angústia, acabou se afastando das pessoas, inclusive daqueles que poderiam lhe prestar alguma assistência. Ele imagina que terá que processar sua própria dor em quietude.

5. O tormento do pastor precisa ser processado à luz das Escrituras
        Em meio ao emaranhado de fatores complicadores, durante sua luta contra a depressão, o pastor corre o risco de se esquecer do poder vivificador das Escrituras. Essa lição foi claramente ensinada pelo salmista que orou: “O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica” (Sl 119.50). Em sua Palavra, o Senhor Deus concede recursos para que nossa depressão seja processada. Menciono aqui apenas três desses elementos de ajuda.
       Em primeiro lugar, é bom trazer à memória que, em sua angústia, você nunca está só. O Deus Emanuel nunca abandona os seus servos. É importante lembrar que a invisibilidade de Deus não é sinônimo de indiferença e que sua demora em atender não significa que Ele não se importa! Ao contrário, Ele nos cerca com o seu cuidado providencial carregando-nos durante os momentos mais aflitos de nossa vida (cf. Is 43.2-3).
      Outra verdade a ser lembrada é que nós não somos nossos próprios salvadores. Ou seja, não somos os responsáveis por nos trazer alívio, Cristo é. Somente o Redentor é poderoso e capaz de livrar a alma da morte, pois Aquele que venceu a morte também graciosamente concede vida. Nesse sentido, deixar de esperar em nós mesmos e em nossos próprios esforços e lançar toda a confiança em Deus é a atitude mais sábia nesses momentos. Essa lição foi claramente deixada pelo apóstolo Paulo em 2Coríntios 1.8-10.
       Em terceiro lugar, é necessário lembrar que até nossas lágrimas não são desperdiçadas por Deus (cf. Sl 56.8). Em outras palavras, Deus não apenas não desiste do aflito como é poderoso para usar até sua aflição para sua edificação espiritual (como aconteceu com Jó) e para impactar outros ao redor (como no caso de Estêvão e Paulo). Por isso, é importante que o pastor deprimido faça uma distinção entre seus sentimentos e os fatos afirmados pela Palavra de Deus. As promessas de Deus são verdadeiras, enquanto os sentimentos são projeções da dor alojada no coração.
     
A depressão entre pastores não é uma impossibilidade. A ordenação pastoral não é um manto sagrado a proteger os servos de Deus dos sofrimentos e aflições nesse mundo. Ademais, o selo do Espírito no coração do crente não o torna imune às dores comuns nessa vida terrena. O que o servo de Deus, comprometido em lutar contra o abatimento e depressão de alma, pode fazer é pregar para si mesmo aquilo que constantemente prega para outras pessoas e dizer assim como o salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu” (Sl 42.5). Dessa forma, que a graça do Altíssimo repouse sobre os seus benditos pastores!

Rev. Valdeci Santos


Disponível em: http://ipb.org.br/…/quando-um-pastor-luta-contra-a-depressa…)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A CATEQUIZAÇÃO E O LAR.

por PR. ERIC KAMPEN

Há algum tempo, deparei-me com uma versão modificada da tradução inglesa do Catecismo de Heidelberg impresso em Londres no ano de 1617.1 É interessante saber que este Catecismo estava disponível para o mundo da língua inglesa já no início do século dezessete; o que é mais interessante e instrutivo ainda, é o prefácio fornecido pelo tradutor, que foi identificado apenas pelas iniciais “E.B.”. Este prefácio é endereçado “Aos Pais Cristãos, aos Chefes de Família, aos Diretores de Escolas e aos demais que têm jovens sob sua responsabilidade.” O autor estava preocupado com a negligência da catequização por aqueles que tinham jovens aos seus cuidados. Neste prefácio, o autor aponta seus três principais objetivos, que seriam: mostrar o benefício da catequização, remover o desprezo quanto a isto e provar que seus destinatários possuíam responsabilidade de catequizar aqueles que estão sob sua tutela. Uma revisão do que ele escreveu refrescará nosso entendimento sobre a catequização em geral. Espera-se que também traga uma renovação do compromisso dos pais em seu papel de catequizar. Tal compromisso, afinal, era a principal preocupação de E.B.
Benefícios da catequização
Com respeito aos benefícios do ensino do catecismo, o autor inicia mencionando que catequizar é beneficial com respeito à pregação, enquanto os ouvintes se tornarão aptos nos princípios da religião. Ele faz um elo com o batismo: pela instrução, os ouvintes estarão aptos a obter conforto de seu próprio batismo. Ele também traz uma ligação com a Ceia do Senhor: a catequização assegurará que aqueles que vêm à Mesa estarão adequadamente preparados e não comerão ou beberão condenação para si mesmos. A catequização também é essencial para aprender a entender a Escritura corretamente. Sem catequização as Escrituras permanecerão um livro fechado. Além disso, conhecê-la preservará as pessoas de impostores e sedutores espirituais. Também instilará o temor do Senhor, que é tão necessário para uma sociedade pacífica. Uma imagem mental vem à mente quando ele escreve que a catequização é como tomar alguém pela mão e liderá-la para sair das trevas e entrar na luz, à vista de Cristo e de Cristo crucificado. Somos relembrados da depravação da mente humana, quando ele escreve que a doutrina do Evangelho deve ser ensinada, uma vez que o homem natural não pode perceber as coisas de Deus por si só. Existe uma percepção dos diferentes níveis de maturidade cristã, quando ele escreve sobre dois tipos de cristãos, os bebês na fé e os que são mais maduros. Os que são bebês espirituais precisam de leite, não de carne. Por fim, a catequização é necessária para habilitar alguém a alcançar uma base firme na graça.
Deus realiza Seus propósitos
A fim de remover o desprezo à catequização, o autor afirma que, mesmo que catequizar possa parecer insensatez, não obstante Deus se utiliza desta ferramenta para alcançar o seu propósito. Está na mesma categoria da pregação, que é considerada loucura pelos homens. A loucura de Deus é mais forte que a sabedoria humana. Ele aponta como a catequização daqueles que estavam sob seus cuidados foi algo realizado fielmente por aqueles que já foram considerados nobres perante Deus como Abraão. Deveríamos seguir seus bons exemplos. Na mesma linha, mas agora usando exemplos da história da Igreja, ele aponta que a prática da catequização era praticada pelos Pais da Igreja nos primeiros séculos, e todas as igrejas que vieram da Grande Reforma urgem e exigem a catequização. O último ponto e talvez o mais importante seja que o ensino dos primeiros princípios da religião é uma ordenança apostólica.
De quem é o dever
Na terceira parte, o autor mostra como aqueles a quem ele se dirige possuem o dever de catequizar. Ele começa mencionando o fato de que todo cristão é um profeta com o dever geral de ensinar sobre Cristo. Se este é um dever geral, quanto mais para aqueles que possuem jovens confiados aos seus cuidados. Ele então foca especialmente no cabeça da família. É de grande importância enfatizar que com o papel da liderança, vem a obrigação de ensinar aos familiares. Este papel do cabeça do lar é reforçado pelos comandos explícitos para o ensino, como podemos encontrar em Deuteronômio 6, no Salmo 78 e em Efésios 6. Essas passagens destacam os pais. Além disso, ensinar sobre o SENHOR é uma dívida de amor. Não há maior demonstração de amor do que auxiliar os outros a conhecerem o caminho para a vida eterna. O autor ainda acrescenta o fato de que os crentes são filhos espirituais de Abraão e, portanto, deveriam fazer as obras de seu pai Abraão. Uma de suas obras foi se dedicar ao ensino dos que estavam sob seu cuidado. Ele segue afirmando que se alguém deseja que os de sua casa venham preparados para a Santa Ceia e não comam e bebam juízo para si, é preciso que sejam ensinados. Ele adiciona uma dimensão prática quando escreve que se alguém anseia por ter filhos obedientes, é preciso catequizá-los. Ele conclui dizendo que a família pode ser vista como uma pequena igreja. Como o ensino da doutrina é uma parte básica da vida da igreja, esta prática não deveria ser estranha à vida no lar.
Conclusão
O autor conclui explicando o porquê de ele não falar sobre os ministros e seu papel na catequização. Ele não via a necessidade de repetir algo que era comumente entendido como um dever do ministro. A preocupação era encorajar o ensino da doutrina além das paredes da igreja. Em resposta ao comentário de que “se os ministros cumprem seu papel, os pais não precisam fazer coisa alguma além de trazer seus filhos ao ministro”, ele responde que se os pais não se empenharem no ambiente privado da família, o benefício do ensino público poderá ser ameaçado. Replicando aos que dizem ser muito difícil catequizar, ele aponta os muitos auxílios disponíveis, incluindo aquela versão do Catecismo encontrada nas páginas seguintes.
As palavras do anônimo E.B., livremente resumidas, nos dão muito para pensar. Quanta catequização é feita em casa? Por fim, será que os pais garantem no mínimo que seus filhos saibam bem o catecismo antes da aula de catequese? A presença nesta aula é algo considerado como tão importante quanto a presença no culto dominical? Será que existe alguma discussão sobre o que foi aprendido na aula de catecismo? Vale reforçar repetindo que se os pais não fizerem algo quanto ao ensino do catecismo na privacidade do lar, o benefício do ensino público será ameaçado.
Que a leitura destas palavras nos mova a um zelo renovado no nosso dever profético com respeito aos nossos filhos e nos ajude a pagar nosso débito de amor. Ou seja, que nos ajude no nosso envolvimento no ensino dos filhos que Deus confiou ao nosso cuidado.
Nota:
1 A Catechisme or Briefe Instruction in the Principles and Grounds of the true Christian Religion. With a Short Treatise premised concerning the profit and necessity of Catechizing. [Um Catecismo ou uma Breve Instrução nos Princípios e Bases da verdadeira Religião Cristã. Com um Breve Tratado introdutório relativo ao benefício e à necessidade de Catequizar.] Londres: Impresso por Edward Griffin para Henry Featherstone, 1617.

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