Por Paulo César Silva[1]
A povoação de Marrecas foi
elevada a condição de distrito por meio da Lei Provincial nº 831, de 22 de
setembro de 1857. O referido distrito está localizado em um dos primeiros
locais alcançados pelos colonizadores dos Inhamuns, sendo as primeiras concessões
de sesmarias datadas de 1717 à José de Almeida Vieira (Riacho das Cacimbas) e
aos sesmeiros Luiz Coelho Vidal e Manuel Coelho Vidal (Riacho das Onças),
vindo, posteriormente, se estabelecer pela região o famigerado clã dos
Carcarás.
No local foi erguido, como de
costume no período colonial, uma capela dedicada a Jesus, Maria e José por
volta de 1717, tendo duas hipóteses sobre seus edificadores, uma atribuída a
senhora Márcia de Oliveira, filha de um dos primeiros povoadores; outra,
descrita por Raimundo Girão, atribuindo ao senhor Manuel Cândido Pereira a
fundação da dita capela. A referida igreja tornou-se patrimônio tombado pelo
Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará
(COEPA) e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de
Tauá, está inserida desde 2016, no calendário de turismo religioso cearense,
através da Lei nº 16.047 de 28 julho de 2016.
Para além disso, o referido
distrito teve destaque nas questões que envolveram o período escravista,
recebendo escravos fugitivos, empregava-os como trabalhadores livres, sendo o
local denominado como “Carcarasal dos Inhamuns”. No âmbito político, abrigando
os conservadores Carcarás, esses se opuseram a hegemonia dos liberais
integrados pela família Feitosa.
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Fonte: LIMA, João Álcimo.
Anotações Históricas dos Distritos de Tauá. Fortaleza: Caminhar. 2020.
[1] É
graduado em História pela Universidade Santo Amaro (UNISA), Historiador e
membro titular da Academia Tauaense de Letras (ATL).
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