sociedade daquilo que ela que
esquecer."
(Peter Burke)
Por Paulo César Silva
O Dia Nacional do Historiador é
comemorado anualmente em 19 de agosto. Essa data tem o objetivo de homenagear
os profissionais que se dedicam a estudar e conhecer sobre a história das
civilizações e comunidades.
A criação do Dia do Historiador foi
oficializada a partir do Decreto de Lei nº 12.130, de 17 de dezembro
de 2009. A
escolha do dia 19 de agosto é uma homenagem a Joaquim Nabuco (1849- 1910),
nascido nesse dia, em Pernambuco. Um dos grandes historiadores do país e um dos
responsáveis pela fundação da Academia Brasileira de Letras.
Vale destacar que, recentemente, os
historiadores tiveram sua atividade regulamentada no ano de 2020, através da
Lei 14.038/2020.
Segundo Marc Bloch (1886-1944) estudar
a História não era estudar o passado, mas estudar ação humana ao longo do tempo
e do espaço. Estudar a humanidade vivendo em sociedade, desenvolvendo
linguagens, conhecimentos, tecnologias, Estados, culturas etc. Bloch também
chama a atenção ao esclarecer que os historiadores devem “saber falar, no mesmo
tom, aos doutos e aos estudantes”. Lucien Febvre (1878 – 1956) diz que a
história é "uma resposta a perguntas que o homem de hoje
necessariamente se põe.” Esses homens, foram grandes precursores da
historiografia problematizada ou história-problema. Abandonando métodos
positivistas de se fazer história (história dos heróis) voltaram-se para o
todo, para a compreensão do processo histórico ao longo do tempo e a
intervenção humana nesse meio, fundando a famigerada Revista dos Annales
(1929-1989).
É conhecido de todos que o ofício
do historiador passa, ao longo do tempo, por ataques constantes, seja pela negação,
pelo desprestígio ou pela coação, pois, trazer a lume, os fatos ocorridos ao
longo do tempo, nem sempre é visto com “bons olhos”, Eric Hobsbawm (1917-2012) dizia
que: “[Os historiadores] são os memorialistas profissionais do que seus colegas-cidadãos
desejam esquecer”. Falar de processos históricos são, por vezes, “indigestos”.
Sendo assim, é dever do historiador se manter fiel ao fazimento histórico. Separar
o “joio do trigo” é um dever!
Ademais, o revisionismo histórico,
através de suas “novas narrativas historiográficas” camufladas de “verdade”, bem
como as problemáticas Fake News, espalham desinformação e distorção dos
fatos através das redes sociais. Não obstante, lançamos novos olhares sobre a
historiografia, porém isso não ocorre por mera “opinião” do escritor, é notório
que as novas tecnologias, por exemplo, permitem novos meios para pesquisas,
ampliando o campo de análise documental, com isso, atores e fatos históricos
saem do anonimato para o protagonismo por meio desse fazer.
Enfim, olhamos para o passado, com
os olhos do presente, pois é nele que vivemos e nos relacionamos, como disse Lucien
Febvre (1878 – 1956) “Assim eles [historiadores] atuarão sobre sua época.”
o historiador é um sujeito que pertence ao seu tempo. Entretanto, evitamos
transportar valores de um tempo para o outro, voltamos para o passado, buscando
compreender o presente, para então, melhor interpretá-lo.
Parabéns historiadores(as), sigamos!
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