Por Natália
Rodrigues
Getúlio
Vargas conseguiu destacar-se na cena política nacional e, por isso, a primeira
fase de governo dele na chefia da República, entre os anos 1930 e 1945, ficou
conhecida como Era Vargas. Há também historiadores que admitem que a Era Vargas
compreende todo o período do primeiro governo até o fim do segundo governo de
Getúlio Vargas (1930-1954). No entanto, é mais aceito denominar Era Vargas
somente o período de 1930 a 1945, devido à centralidade da figura de Vargas
nessa época. Essa centralidade da imagem de Vargas ocorreu, sobretudo, durante
o Estado Novo quando conquistou a alcunha de “pai dos pobres”, por meio da
massiva propaganda do Departamento de Imprensa e Propaganda e (DIP) e também
por causa da popularidade alcançada pela legislação trabalhista.
A ascensão
de Getúlio Vargas à presidência do país em 1930 ocorreu em virtude da cisão
política entre as oligarquias estaduais. Nas eleições para a presidência da
República, em 1930, concorriam o candidato situacionista de São Paulo, Júlio
Prestes, e o então presidente da oligarquia dissidente do Rio Grande do Sul,
Getúlio Vargas. Foi declarado oficialmente vitorioso no pleito eleitoral o
candidato paulista Júlio Prestes que também era apoiado pelo então presidente
da República Washington Luís. A Aliança Liberal que impulsionava a candidatura
de Getúlio Vargas reclamava o resultado das eleições, considerado fraudulento.
Apesar disso, a princípio a Aliança Liberal não exigiu que Getúlio Vargas se
tornasse presidente. Essa exigência somente foi feita com o atentado e
assassinato do candidato à vice-presidência João Pessoa, em 26 de julho de
1930.
A
concentração da influência política em Getúlio Vargas iniciou-se já na
organização da Aliança Liberal. Getúlio Vargas mediava com destreza à
diversidade de forças políticas presentes nessa aliança que era composta até
mesmo por forças opostas como os antigos próceres da Primeira República e por
lideranças do movimento tenentista. A Aliança Liberal corria o risco de
dissolução antes mesmo de cumprir as reformas nas instituições republicanas a
que se propunha realizar. Dentre essas reformas estavam a instalação de uma
indústria básica, a centralização do poder e a unificação dos Estados
federados.
Referências
bibliográficas:
FAUSTO,
Boris (org.). O Brasil Republicano: economia e cultura (1930-1964). tomo 3,
vol.4. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 1995. (Col. História da Civilização
Brasileira).
FERREIRA,
Jorge; DELGADO, Lucilia de A. N. (orgs). O tempo do nacional-estatismo: do
início da década de 1930 ao apogeu do Estado Novo. vol. 2. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2007. (Coleção O Brasil Republicano).
GOMES,
Angela de Castro (org.). Olhando para dentro: 1930-1964. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2013. p. 229 – 274.
MARTINS,
Luciano. “Estado Novo” (Verbete). Rio de Janeiro: FGV/CPDOC.
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